segunda-feira, 21 de julho de 2008

Se Deus é brasileiro, O Diabo é americano!

Imagino Deus ansioso, esperando para ver a cobrança do pênalti, já sabendo o que ia acontecer. A seleção Canarinho ia deixá-lo na mão de novo. Como somos miseráveis! Deus torce por nós e nós pecamos. Erramos literalmente o alvo. Ainda bem que Ele é brasileiro, senão já teria mudado de time. Depois que Israel tornou-se o Faraó para os palestinos e os americanos colocaram Bush na Casa Branca, Deus adotou nosso país como nação eleita. Morram de inveja, argentinos. Deus é nosso agora.
O Diabo adora copiar Deus. Deixou de lado nações árabes( que são evidentemente satânicas)como o Iraque e abraçou os ianques. O Diabo agora usa listras azuis e vermelhas, curte um hip-hop e adora um basquete. Até conhece o presidente. Os dois almoçam juntos todos os domingos. Mas o Diabo traz sua própria comida. É bom não confiar muito. Vai que os americanos resolvem tomar o lugar dele.
Enquanto isso, Deus está às voltas com seu novo povo. Ô povinho complicado. Só Deus pra ter paciência mesmo. Outro dia, um grupo deles pediu uma audiência. Queriam que Deus trouxesse o Corinthias de volta para a primeira divisão. "Mas será que esse povo só pensa em futebol", pensou Deus.Despachou o grupo afirmando que a época dos milagres já passou. E já estava atrasado para o encontro com o presidente. Mas Lula que O esperasse. Os Simpsons estava pra começar.
Até que o Diabo estava se saindo bem com os americanos. Era uma ocupação militar aqui, uma pequena tortura aceitável ali. Ele nem precisou transformar aquilo num inferno. Os americanos já estavam fazendo isso. O problema era alguns fundamentalistas cristãos que resolveram ficar na América. Viviam falando mal do Diabo. Diziam que Deus iria voltar pois a nação americana era muito preciosa e tinha um papel fundamental na história da humanidade. É. os Iraquianos que o digam.
Deus olhou para o presidente esperando uma resposta. Queria saber a soma de dois mais dois. Nem isso ele sabia. Deus lembrou de Bush. Sentiu um pouco de saudade. O pateta americano pelo menos sabia contar. Já o brasileiro não sabia de nada, não via nada. Botaram um cego na presidência. E ainda tinha a amizade com Fidel e Chavez. Nada contra eles, mas Deus só não gostava de concorrência.
O Diabo se aperreou. Não satisfeitos em dominar o mundo, os americanos resolveram fazer um passeio pelo inferno. Chegaram lá botando banca, demarcando território. E expulsaram o pessoal do Diabo. Agora, ali era mais uma colônia do Tio Sam. Foi pro Diabo aprender que ele não é o único demônio no mundo.
Esse povo brasileiro parece que não tem jeito mesmo. Viviam pedindo ajuda de Deus na hora do aperto. Mas depois que a tempestade passava, esqueciam dEle. Isso cansou.
Deus abdicou da cidadania brasileira.
E o Diabo pediu asilo político aos russos.

E o mundo seria um lugar mais tolerável se as nações parassem de reivindicar uma nacionalidade para a divindade.

Gilberto Cardoso, professor de Língua Portuguesa.

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