sábado, 26 de julho de 2008

Como me tornei um serial killer ( E sem sujar minhas mãos!!!)

A primeira morte até que me chocou.
Mas depois a gente se acostuma. O negócio ruim é o vermelho. A cor do sangue. Ver ele respingando do corpo de alguém é algo meio traumático. Só que depois de tantos cadáveres, o sangue vira só mais um efeito, um complemento do show. E que show.
Me especializei nas mortes a sangue-frio. Vacilou comigo, o cara perde logo a cabeça. Ou então, eu crivo ele de balas. Se bem que gosto mesmo é de atropelá-los com meu carro. Vê-los sendo arrastados ou esmagados pelos pneus.
Alguns amigos, que compartilham do meu vício, dizem que sou craque em tiro à distância. Peço pra eles não espalharem para não atiçar a concorrência. No meu ramo mortal de negócios, se você é bom logo querem tomar seu lugar. E eu ainda sou muito novo pra pensar em aposentadoria. Ainda não cheguei na marca de mil corpos. Quero ser o Romário do mundo dos assassinos em série.
Só não gosto muito de matar velhinhas. Mato, mas não gosto.
Elas são frágeis demais. Nem aguentam uma torturazinha mais demorada. Mas tudo bem. Sempre há mendigos aos montes pra eu poder testar meus talentos incendiários.
E já planejo meu golpe de mestre. Matar o presidente.
O Gabriel disse que matou e ficou feliz. Pois agora é minha vez. Vê se te cuida, nove dedos!

Que droga! Meu pai acaba de cortar o meu barato. Disse que chega de mortes pra mim. Tudo porque não estou indo bem na escola. Ah, se eu pego esse professor de matemática!
Papai tirou meu computador e cortou minha mesada.
E agora? Como vou prosseguir com minha carreira de assassino em série?
Vou mudar de profissão. Mas antes, treinarei alguns métodos de extermínio rápidos e mortais. Só preciso de uma cobaia.
Será que meu irmãozinho já acordou?

Gilberto Cardoso, professor de Língua Portuguesa.

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