quarta-feira, 2 de julho de 2008

A moda me incomoda.

Andar na moda. Estar na moda. Sair na moda. Ficar na moda.
Puxa! Como é difícil ser Fashion. Exige sacrifícios e é preciso seguir as tendências da estação. Tudo para ser notado,entrevistado, glamourizado.
Existirá prazer maior do que ser flagrado pelas lentes de um fotógrafo? Ou ver seu rosto estampado em capas de grandes revistas? Se esxistir, ainda é desconhecido.
Os 15 minutos de fana foram sociabilizados. Todos os querem. E fazem de tudo para alcançá-lo. Talento? Pra quê? No mundo de hoje, basta ter certas proporções físicas bem avantajadas para sair do anonimato.
É a moda. Aquilo que todo mundo tá falando ou tá fazendo é o que você deveria fazer ou falar.
Mas... por quê?
Tudo se resume a uma palavra: padrão!
O padrão está em todo lugar. Dizendo o que você tem que usar, falar, ser. Tornando-o "igual" a todos. Pelo menos, no lado de fora. Padronizar algo é arrancar as diversidades existentes no ser humano. É tentar eliminar o diferente, o diverso. É andar na contra-mão da nossa própria natureza.
A humanidade é diversa. E isso é o que nos torna tão ricos culturalmente. É um crime tentar "unificar" a sociedade desse modo.
Estar fora do padrão. É assim que deviamos estar. Pelo menos é o que acredito.
O problema é que vão te colocar à margem por causa disso. Você vira um marginal. Não no nível de Lula, é claro.
Mas o que vale mais? O que você é ou o que querem que você seja?


Gilberto Cardoso, professor da Escola Padre Maurício e estudante de Letras da UEMA.

Um comentário:

André Bandeira disse...

Olá, Gilberto,

Confesso que ainda não tinha acessado a sua página blogueira, no entanto, como sou assinante do JP, acompanho, geralmente nos finais de semana, a veemência dos tons dessa sua voz, fadada a transmitir o que há de mais inequívoco numa literatura puramente engajada; e é esse engajamento que nos induz a pensar e, a partir da indução, é que vem a dedução, traduzida no falar que, posteriormente, se concretiza no agir: um arguto tripé, fruto do labor literário e, claro, da vontade da mudar, essa herança dos nossos espasmos...

Abraços,

André Bandeira.