terça-feira, 22 de julho de 2008

O Melhor nos candidatos.

Pobre Ivete.
A bela cantora baiana deve estremecer ao ver seus hits sendo copiados por todo o país durante as campanhas eleitoreiras. Digo "eleitoreiras" pois o que vemos não é eleição. É um verdadeiro circo. Você já parou pra pensar nas letras das musiquinhas de campanha? É uma enxurrada de frases bem elaboradas por marqueteiros profissionais(e muito bem pagos) no intuito de levar o eleitor no embalo da conversa fiada.
E não é que conseguem?
Se pararmos pra observar, segundo o evangelho das musiquinhas, todo candidato é jovem( ainda que não pareça ser), trabalhador( embora não se veja ou se verá o fruto desse trabalho) e conhecedor das mazelas de sua localidade( mesmo que o dito cujo nunca tenha morado nela). Falta de criatividade dos compositores? Não! Eles só apenas sabem o que o povo quer ouvir e o colocam embrulhado em alguma melodia de sucesso. E haja paciência e ouvido para aguentar a mesma ladainha musicada diversas vezes ao dia.
As músicas deveriam retratar a realidade sobre o candidato.Imaginemos por exemplo como ficaria a campanha de certo candidato embalada pela melodia da música "Poeira" da musa Ivete:
"Nogueira, Nogueira, Nogueira/ Vai ser ladrão a vida inteira!"
Viu? Assim é que devia ser. É bem provável que ele não ganhasse a disputa, mas ao menos falaria a verdade. Pena que a verdade não é um item muito apreciado no meio político. E por essa razão mais musiquinhas irão surgir. Estamos cercados.
Mas também, o quê podemos esperar de uma nação onde o que há de melhor nos candidatos é a música?
Caro eleitor, abra os olhos e feche os ouvidos. Enquanto dançamos nas melodias dos corruptos, nosso dinheiro dança no bolso deles.
E as musiquinhas até podem ser legais, mas não são elas que vão governar.
Quem governa são os pilantras por trás delas.

Gilberto Cardoso, professor de Língua Portuguesa.

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