sexta-feira, 30 de maio de 2008

Se não fosse o soldado...

"... A paz queremos com fervor.A guerra só nos causa dor..."

Gênio. A pessoa que escreveu este trecho do hino do soldado é um tremendo gênio. Nunca uma música retratou tão bem a realidade daqueles a quem ela se refere.
Numa guerra, quem vai pra linha de frente é o valoroso soldado, que é sempre o primeiro a morrer e o último a ser lembrado. Datas como o "dia do soldado" servem pra exaltar o "amor pela pátria", mas esquecem de dizer que a pátria tem "amos". Senhores da guerra que ficam em seus gabinetes traçando planos de batalhas, enquanto soldados vão pro campo, derramar o sangue que servirá para estabelecer, geralmente, o domínio de uma nação sobre outra. Infelizmente, isso acontece porque a "indústria da guerra" movimenta enormes quantidades de dinheiro no mundo. A guerra gera lucros e por isso é constantemente alimentada.
E no final da batalha, quem se dá mal mesmo é o soldado, que morre distante da família, dos amores, do lar. Movido por um sentimento de "amor à pátria". Levado a resolver com armas conflitos que em sua maioria poderiam ser solucionados no campo político.
Entretanto, é isso que os governantes querem: pessoas que lutam no lugar deles, enquanto os mesmos estão se beneficiando dos prazeres que o poder oferece.
E é claro que os soldados devem ser lembrados, mas não como aqueles que morreram em uma guerra desnecessária ( se é que existe " guerra necessária" ) e sim, como seres humanos que tem um valor imenso e não deveriam dar a vida, enquanto os comandantes protegidos em seus escritórios elaboram novos e práticos jogos de guerra.

Gilberto Nunes, professor de Língua Portuguesa da Escola Padre Maurício e estudante de Letras da UEMA.

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