sábado, 24 de maio de 2008

Eu já! E você?

Ele era um garoto típico da sua idade: hormônios em ponto de ebulição.
Todo mundo já tinha "pego" alguém. Só ele que não! Até a "Dadinha", a menina mais requisitada da comunidade, não quis nada com ele. Parecia que, aos 14 anos, estava condenado a ser o último adolescente virgem. Era chamado de "otário", "cabacinha" e outros nomes impublicáveis. Ficou de saco cheio e decidiu tomar uma atitude. Procurou uma doidinha qualquer( com mais idade, é claro) e financiou uma campanha de divulgação de seus nobres feitos sexuais. Com um pouquinho de exagero, é verdade. Mas você sabe como é: a imagem é tudo!
Parece brincadeira, mas o conflito emocional relatado acima é mais comum do que se imagina. Vivemos na era do "quanto mais cedo, melhor". Então, por que com o sexo seria diferente? Convido-lhe a pensar de outro modo. A maioria nem sempre está com a razão. Às vezes, nunca está!
Pense um pouco. Mas pense focalizando em você! Estaria pronto para uma relação sexual, com tão pouca idade? Pronto para assumir as responsabilidades de um relacionamento?
Sei que isso parece caretice, mas convido-lhe a pensar um pouco mais.
Sou obrigado a ter uma relação sexual só pra fazer parte da turma? Só pra aumentar meu ibope?
A sociedade impõe uma visão distorcida sobre relacionamentos sexuais para adolescentes como você. Programas como "Malhação"( Ou será "Ficação" ) mostram uma visão utópica do sexo entre adolescentes. Onde estão as doenças sexuais que proliferam por causa da prática antecipada e sem responsabilidade do sexo? Onde está a AIDS, que cresceu de forma absurda entre adolescentes dos 13 aos 17 anos?
Sexo é benção de Deus, mas deve ser praticado de forma responsável, no momento adequado.
Ser virgem não é algo vergonhoso. É uma postura pessoal que deve ser respeitada.
Todos nós desejamos fazer parte de uma turma. Mas a "turma" tem o direito de comandar suas opiniões, seu modo de pensar?
Onde termina a amizade e começa a manipulação?
Eu já tomei posição sobre isso. E você?

Gilberto Cardoso, professor da Escola Padre Maurício e aluno de Letras da UEMA (gilnunes16@hotmail.com)

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