quinta-feira, 15 de maio de 2008

" Ou ficar a Pátria livre..."

Você consegue ver as grades? Quase ninguém consegue.
A culpa não é sua. Somos ensinados desde cedo a não enxergar. Construíram a nação em cima de um monte de mentira. A independência é uma delas. Uma grande piada de mau gosto. O Brasil dos livros escolares foi forjado, modificado, melhorado. Não é o país que você encontra todo dia. Em tempos como este, o patriotismo anda em alta. Desfila pelas avenidas das cidades. Ainda que as cidades estejam um caos, a tradição deve ser mantida.
Portanto, pense e não seja um "patriota".
Ame o seu país e seja um brasileiro.
Os patriotas querem que as coisas continuem como estão pois só ligam para o seu próprio pé. Não conseguem olhar para os lados. Não conseguem olhar para o tamanho do Brasil
Ainda não somos independentes. Sofremos uma ameaça de recolonização constante por parte do Tio Sam. O FMI decreta o FIM da soberania econômica do país. Infelizmente, somos um país com índice de desigualdades sociais gigantescos. Dá até vontade de desistir de tudo.
E é quase isso que vamos fazer.
Vamos desistir de sonhar por um país melhor. Sonhar não custa nada, mas também não transforma nada.
Somos agentes transformadores da sociedade. Em vez de celebrar a "independência", reflita sobre a situação em que o país se encontra. Sair desfilando pelas ruas não é exemplo de patriotismo.
Patriotismo é amar as pessoas que formam o país. Lutar pela independência é lutar para que essas pessoas tenham uma vida digna.
Enquanto escrevia este texto, conheci um típico brasileiro. José. Apenas 22 anos. Semi-analfabeto. Mãos calejadas pelo trabalho. Simplicidade recheada de modos "rudes". Pai de uma criança de 2 anos. E com um carisma incrível.
São pelos "Josés" da vida, que não tiveram oportunidade, que devemos lutar. É por eles, principalmente, que o governo deveria olhar. José não teve oportunidade de construir uma vida melhor, mas ainda assim é capaz de sorrir ao falar de sua história.
José é a cara do Brasil. Um Brasil sofredor e lutador, que não perde a esperança de ser feliz.
Somos um país de "Josés", "Marias", "Chicos". Vencedores anônimos. Campeões da vida.
Filhos de uma pátria que anseia por liberdade, mesmo não sabendo o que essa palavra quer dizer.
Gilberto Nunes, professor de língua portuguesa

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