domingo, 27 de abril de 2008

O triste estado do Maranhão.

UTI. Foi lá que colocaram o pobre Maranhão.Sua vida sempre foi difícil. Humilde, começou a trabalhar desde cedo. E a ser explorado também. Mais da metade do que produzia era para o patrão. Patrão que se achava "dono do Mar" e de tudo o que nele há.
E Maranhão cresceu. E padeceu. O trabalho aumentou e a exploração também. Maranhão, coitado, já nem reclamava mais. Ficava feliz quando o patrão lhe dava o resto que sobrava. O patrão, esperto, proclamava seu amor pelo Maranhão. Maranhão que lhe deu riqueza, realeza, poder. Só não deu caráter, pois ainda não está a venda.
Mas a roda do tempo passou e o cansaço chegou. Com muita alegria, o patrão resolveu presentear a filha. Deu-lhe o Maranhão como brinquedo. A menina, ambiciosa, amou tanto o presente que nunca mais quis largá-lo. E Maranhão foi sugado, depredado, explorado, escravizado.Porém,ele teve filhos. Que o amam e não suportam vê-lo nesta situação.
Os filhos do Maranhão sairam à luta. E continuam até hoje. Depois de tanta exploração, Maranhão foi parar no hospital. E lá passa muito mal. Na chamada "eleição democrática", Maranhão tem que escolher entre a tragédia e a desgraça. Seus filhos podem interferir nesta escolha.
Mas o pobre Maranhão perdeu a esperança. Deixou lá atrás na infância. Cabe a seus filhos resgatá-la.
Pense nisso!

Gilberto Nunes, professor de língua portuguesa da Escola Padre Maurício

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