domingo, 27 de abril de 2008

Consumindo. Consumido. Sumindo.

Não sou rebelde. Não quero ter emoção pra valer. Nem preciso experimentar. Mas ainda assim corro o risco de sumir, de desaparecer diante de tantas opções de consumo. A lógica do capitalismo é criar necessidades para então satisfazê-las. Precisamos das coisas a partir do momento em que elas estão disponíveis e isso vale tanto para produtos quanto para idéias.
E no final das contas, tudo acaba ficando dispensável. Ou seja, eu gosto da minha caneta, mas aquela que apareceu no cpmercial( com DVD, câmera digital e celular imbutidos) é sensacional. Eu preciso dela. Não posso viver sem ela... até aparecer uma outra mais sensacional ainda. Acabo sendo consumido pelo consumo. Possuindo trezentos pares de sapatos, enquanto a maioria das pessoas andam descalças.
As grandes empresas investem em propagandas cada vez mais atartivas para gerar no indivíduo a "necessidade" do consumo daquele produto que está sendo anunciado. E, pouco a pouco, aquele que é consumido acaba sumindo. Perde a identidade. Só veste a roupa que está na moda. As suas palavras não são suas. São copiadas da última novela ou programa de sucesso. Ele não é mais ele. É aquilo que o sistema consumista quer que ele seja. Sistema que transforma datas comemorativas em ocasiões meramente comerciais. Colocando na mente das pessoas o verbo "comprar" como o mais importante, o essencial para uma vida feliz.
É importante pensar no assunto e tomar uma postura diante dele. Caso contrário, você vai continuar sumindo, consumido pelo desejo incontrolável de ter aquilo que é anunciado na mídia. Mídia que agradece muito caso as pessoas continuem como estão: assistindo e consumindo.

Pense nisso!

Gilberto Nunes, aluno do curso de Letras da UEMA.

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