domingo, 27 de abril de 2008

Assunto difícil.

Um chute. Era disso que ela precisava. Apenas um. O que estava crescendo em sua barriga era pior do que lombriga. A hora do prazer foi tão boa, que esqueceu a proteção e agora tinha um filho no ventre e problemas nas mãos. O que fazer?
Aborto é um assunto difícil de tratar. Uma vida futura pode ser "apagada"? Uma vida planejada pode ser alterada com a chegada de um bebê inesperado? Quem tem o direito de opinar sobre a vida do feto: a mãe ou o Estado?
A legalização do aborto é uma luta abraçada por muitos. Não é incentivar a prática abortiva, mas colocar às claras o que se faz de modo clandestino no país. Prática que ceifa a vida de centenas de mulheres no Brasil. Entretanto, legalizar a morte de crianças inocentes fere princípios cristãos de nossa nação católica.
É fácil condenar as mulheres que fazem aborto( entre as quais encontramos várias adolescentes)mas porque atacamos as consequências e não as causas do problema? A maneira como o sexo é visto pela sociedade consumista influência o surgimento de gravidez indesejada.
Quantas crianças não são induzidas a relação sexual sem ao menos ter a mínima noção de educação sexual?O aborto é consequência de um problema maior e acaba surgindo como a "melhor solução". Rápida. Prática.
Pena que não estamos falando de uma "coisa". Falamos de vida. Vida que pode amar, sofrer, sonhar, construir, contribuir, viver. Vida que só precisa de uma chance apenas pra fazer tudo isso.

Gilberto Nunes, aluno de Letras da UEMA.

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