sábado, 28 de junho de 2008

A greve do Direito.

Estamos em greve. Nós. O povo.
E por tempo indeterminado.
E durante nossa "paralização", deixaremos de lado os mais fundamentais princípios da vida em sociedade. Sairemos pelas ruas em coro, proferindo palavras de protesto, pedindo mais justiça social. Parando apenas na hora da novela das oito e nos jogos da seleção ( quando houver), visto que ninguém é de ferro. Incomodaremos o sono dos poderosos, bloquearemos as ruas de suas moradias, invadiremos seus mais secretos paraísos de prazer e lazer. Tudo isso, até sermos atendidos em nossas revindicações.
Temos esse direito. Nosso direito de greve.
E afinal, como haverá governo sem os governados?
E esse será nosso "às na manga" quando estivermos na mesa de negociações. Só voltaremos as nossas funções, quando nos devolverem o que nos foi tirado há muito tempo: O Direito.
A constituição diz que ele pertence a todos. Entretanto cadê ele, que ninguém sabe, que ninguém viu? Opa! Quase ninguém.
O Governo sabe. O Governo o retém. Mantém nosso direito submisso aos seus mandos e desmandos. Aprisionado.
Educação. Saúde. Segurança pública. Temos direito a tudo isso. Mas quantos podem afirmar que se sentem seguros, com educação de qualidade ou com o mínimo de saúde pública à disposição?
Por isso, estamos em greve...
Ou estavámos. O Governo acabou de atender nossas petições. Concedeu-nos o direito de termos verdadeiramente o Direito. Pra valer. Sem enrolação.
Essa é mais uma vitória do povo. E só precisamos confiar nas palavras do Governo.
E quem não confiaria em um governo onde há tantos Mensalões, Sanguesugas, Gautamas e dinheiro na cueca?
E qualquer coisa , é só fazermos outra greve. Temos esse direito.
Ao menos, no papel!

Gilberto Nunes, professor da Escola Padre Maurício e estudante de Letras da UEMA

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