sábado, 28 de junho de 2008

Como um partido pode ser inteiro?

Todo partido está errado.
Sei. Para os ouvidos mais sensíveis, a frase acima pode soar absurda. Mas não o é.
Teoricamente, um grupo ( e seja ele qual for) deve ter em suas fileiras pessoas diversas, porém iguais. Ao menos, em algum sentido. E o que se vê é o inverso. Há facções dentro da facção. O que em tese é incoerência. Mas também, o nome "partido" já é um incentivo a divisão. Como esperar fidelidade de idéias, de princípios, se cada um já traz os seus próprios elaborados e talhados segundo seus interesses pessoais?
Por isso, não é de se estranhar que um político, que foi de "direita" no ontem, abrace as idéias da "esquerda" no hoje. Aliás, "direita" e "esquerda" na política atual perderam o significado. Viraram direções físicas e não indicativos do modo de pensar de algum indivíduo.
Deviam se espelhar nas Escolas de Samba, que num ato de singela sabedoria etmológica, optam pelo termo "Unidos", ainda que não sejam tão unidos assim. Mas pelo menos, acertam na propaganda linguística. Quem não se empolga ou até mesmo vai às lágrimas ao dizer " Sou da Unidos da Vila Tal"?
Eis o poder das palavras. Elas enganam. E como gostam de enganar. Ainda mais um povo que acostumou-se a ser enganado. Se bem que isso não é tão ruim assim. O engano traz uma ilusão de algo que não existe, mas que... nossa... é tão bom! Pena que não pra todos.
É. Todo partido está errado.
E nas eleições, se partem ainda mais. Todos em busca do voto. Do precioso apoio do eleitorado, que será esquecido mais adiante.
E como um pais com tantos partidos pode dar certo?
Como algo partido pode dar certo?
Alguém pode explicar?

Gilberto Cardoso, professor da Escola Padre Maurício e estudante de Letras da UEMA.

Nenhum comentário: