sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

O de baixo é meu!

“Primeiro levaram os negros, mas não me importei com isso. Eu não era negro. Em seguida, levaram alguns operários, mas não me importei com isso. Eu também não era operário. Depois, prenderam os miseráveis, mas não me importei com isso porque não sou miserável. Depois agarraram uns desempregados, mas como tenho meu emprego, também não me importei. Agora, estão me levando. Mas, já é tarde. Como não me importei com ninguém, ninguém se importa comigo”.(Martins Niemoll, poeta )

Todos nós conhecemos a lição. Já ouvimos repetidas vezes, mas insistimos em deixá-la de lado. Reclamamos do mundo, mas nada fazemos para mudá-lo. Só reclamamos mesmo quando o pé que está sendo pisado é nosso. Por quê?
Temos uma cultura do “Não é comigo” implantada em nossa sociedade. Nada fazemos para mudá-lo porque não somos vítimas dos seus problemas. Ou pelo menos, achamos que não somos. E, desta forma, caminhamos para a indiferença social, a incredulidade para com as mudanças. Achamos que nada vai mudar, portanto nem adianta tentar mudar. Tal modo de pensar começa na sua idade e vai edificando-se na juventude.
Pense. Quantas vezes você já ouviu tal discurso?Quais foram suas reações ao ouvi-lo?
Pense em algo prático para mudar a nossa sociedade, algo que possa mudar a vida de quem está ao seu lado. Pode ser uma palavra amiga, um abraço carinhoso, uma amizade sincera.
Não se incomode com as coisas somente quando o pé que estiver debaixo for o seu. Se você pensar deste modo, nunca que o nosso país irá mudar. É preciso acreditar em você. Em sua capacidade. Em seu poder de mudança.
E lembrar que o “pé” pisado, ainda que não seja o seu, pode ser o de alguém que você ama. Ou deveria amar.
Valeu! Deus te ama muito!

Texto escrito por Gilberto Nunes, professor de língua portuguesa da Escola Padre Maurício

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