terça-feira, 14 de outubro de 2008

O que eu aprendi com Mc Catra.

O homem e a mulher têm biologias diferentes. O homem tem mais testosterona, mais tesão. Por isso, ele pode ter várias parceiras de uma vez. Isso não é traição. È a biologia.

A conclusão acima, "brilhante" por sinal, pertence a um arremedo de cantor chamado Mc Catra. Aquele mesmo. O cara do "vai rolar um adultério". Em mais um edificante(?) debate no programa Superpop( só podia ?), o falastrão do Catra, que diz possuir várias esposas( poligamia é crime, mas o gênio disse que não tá nem aí.Ou seja, o cara é um ótimo exemplo para as gerações mais novas!!!), defende sua nova criação que eu não ouso chamar de música: o passar "cartão de crédito" na bunda da mulher filé ou de qualquer outra dessas mulheres-objetos do funk. E isso foi só o começo.
Tenho três décadas de vida e já vi e ouvi muita coisa. Mas o Catra foi de lascar. Foram tantos absurdos ditos que fica impossível citá-los. E Catra é apenas um.
Existe uma variedade de cantores( se bem que me incomoda ter que chamá-los de "cantores") que descaradamente usam o sexo como tema para vender cd's e se destacar no competitivo cenário musical.
Mas o Catra vai mais longe ainda. Uniu, de um modo absolutamente grosseiro, religião e sexo. Segundo o mesmo, suas composições são abençoadas pelo Deus vivo.
A desgraça maior é que personagens como o Mc Catra existem porque fazem parte de um esquema comercial que não dá a mínima para a qualidade ou conteúdo do produto musical. O que vale mesmo é o lucro obtido. O dinheiro conseguido, de forma honesta é verdade, mas nem um pouco honrosa. São as engrenagens do Capitalismo movendo o mundo em que vivemos.
Entretanto não quero viver em um mundo onde as bundas simbolizam o que há de melhor na mulher. Onde seres humanos não passam de pedaços de carne. Onde personagens como Mc Catra fazem relativo sucesso com músicas que tratam a mulher como se ela fosse um troço descartável.
Por isso, lutamos por uma sociedade diferenciada onde a Educação seja prioridade na luta por um mundo melhor. Sem mulheres-frutas ou "cantores" desmiolados.
Porém, infelizmente, o funk de Catra e seus amigos vai continuar tocando. É um dos males da nossa inexistente democracia. Mas independente das asneiras ditas pelo "polêmico" Mc, sempre haverá espaço para escritos como este ou para músicas de qualidade comprovada, que valorizem a mulher e não apenas uma parte de sua anatomia.

Gilberto Cardoso, professor de língua portuguesa.

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