quinta-feira, 31 de julho de 2008

O Pior do melhor.


Pense rápido! Quem são os melhores alunos da sua sala? Quem os rotulou de "melhores"? Você é um deles? Quer ser um deles?
Antes que você responda, medite um pouco na origem dos conceitos "melhor" ou " pior". O que torna uma coisa melhor do que a outra?
Quais os critérios usados para a construção do rótulo "melhor"?
Imagine que você possui uma caneta e é feliz com ela. Entretanto, vê o anúncio de um novo modelo com filmadora, com capacidade de tirar fotos digitalizadas e até mesmo com acesso rápido a Internet. Você percebe que o seu modelo é ultrapassado. Ainda escreve bem, mas o outro é "melhor".
Este conceito de melhor é sustentado pelo consumismo atual. Eu não preciso de outra caneta, mas sou levado a achar que o modelo "melhor" é indispensável para a minha vida.
Este mesmo conceito aplicado às pessoas é que vai gerar acepção e diferenciação.
Pense bem! Pra quem o professor vai dar mais atenção: para os melhores ou para os piores alunos? E você? Vai querer formar equipes de estudos com os melhores ou com os piores?
Percebeu o quanto somos preconceituosos?
A atitude adequada é olhar todos como iguais. E não somente agora, mas durante toda a vida.
E isso não é fácil. É preciso uma educação individual e uma vigilância constante.
Esse conceito de "melhor" é usado pelo sistema dominante para gerar exclusão e competição que na maioria das vezes é desigual.
A verdade é que não somos melhores.
Não existe melhor. Temos saberes diferentes que podem se tornar iguais.

Gilberto Cardoso, professor de Língua Portuguesa.

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