domingo, 27 de julho de 2008

No Brasil é assim: gosto não se discute! Se lamenta. Ou se debocha. Mas se respeita?

NX zero é sucesso.
E sucesso refletido em números e em prêmios. Mas isso quer dizer alguma coisa?
Particularmente, não sou fã do som dos caras, mas assusta a postura de alguns em relação a jovem banda rotulada de "emo". Pra quê tanta agressividade por parte daqueles que não gostam da banda?
Chamo isso de intolerância. Que no final das contas não passa de burrice. É aquele velho papo de "meu gosto é melhor do que o teu". E o termo "velho" não é só força de expressão. Preconceito musical é problema antigo em nossa sociedade, apesar de sermos um verdadeiro caldeirão de ritmos. Os pagodeiros não simpatizam com os roqueiros, que por sua vez desprezam os sertanejos, que não querem ver os forrozeiros nem pintados de ouro. E assim por diante. Cada "tribo" tende a se fechar, excluindo os diferentes. Daí se vê o tamanho da maturidade dessas pessoas.
Tendo uma cultura rica em diversidade, o mínimo que se pode fazer é ouvir de tudo. Ninguém tá pedindo pra você gostar, mas pra ouvir.
É assim que se conhece música: ouvindo.
Depois disso, é que se vai anexando aquilo que agrada ou não. E música é pra ser tratada como a arte que ela é. Não é um fator para discriminação ou separação de pessoas em grupos ou tribos.
A música une. Não são poucos os casos em que diferenças cruciais são postas de lado por causa da música. E esse respeito é fundamental para construir a sociedade que queremos.
E se não conseguimos respeitar gostos musicais diferentes, como conseguiremos respeitar opiniões, posturas, crenças diferentes?
Ouça de tudo. Curta só o que gostar. Respeite as diferenças.
Assim tocaremos as mesmas notas neste grande concerto chamado Brasil.

Gilberto Cardoso, professor de Língua Portuguesa.

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