domingo, 27 de julho de 2008

A vida como ela é... nas propagandas de cerveja.

A propaganda até que é legal. Uma jovem, com postura bem moderna, fala que está disposta a transar só por prazer. Dispensando todas as neuras e complicações que advêm de um relacionamento. E no canto da tela, aparece uma garrafa de cerveja.
E o quê a cerveja tem a ver com o resto do comercial?
Sei lá! Talvez, os gênios da publicidade querem associar a postura sexual moderninha com o consumo de álcool. Entende a conexão? Quem é liberal, toma cerveja. Ou seja está livre de qualquer amarra social. Os caras são uns gênios mesmo.
Mas, o bacana é associar o álcool a uma vida saudável, cheia de dinheiro, mulheres bonitas e tudo do bom e do melhor. É claro que a associação não é muito verdadeira. Não vou pegar a gostosona da vez só porque tomo cerveja. E não vou viver como se estivesse em uma ilha tropical em constantes férias, somente porque bebo umas como o Zeca Pagodinho. Mas, é apenas uma propaganda lembra? E propaganda é pra isso mesmo. Exaltar de forma exagerada, ou até inventiva, os supostos benefícios e mascarar possíveis males.
Mas chega um momento em que as propagandas já não servem mais.
É difícil encobrir o perigo do álcool, quando levamos em consideração a enorme quantidade de famílias destruídas pelo consumo exagerado de cerveja.
É impossível mascarar o mal do alcoolismo quando observamos a quantidade de acidentes de trânsito causados por motoristas embriagados.
Isso é o que propaganda deveria mostrar.
Mas não é o que você vai ver.
Existe um jogo de interesse financeiros que move todo esse comércio de álcool. As cervejarias crescem de uma forma surpreendente e conseguem se impor sobre algo de um valor muito maior: a vida humana.
Matamos mais no trânsito do que na guerra do Iraque. E Bush nem é nosso presidente pra jogarmos a culpa nele. Dessa vez culpa é nossa. Individualmente e coletivamente. E por esse motivo, somos os mais indicados para resolver o problema.
A propaganda engana. Mas só fica enganado quem quer. Veja o que está por trás dela. Olhe para o que pode vir a acontecer. E tome uma decisão que pode salvar a vida de centenas de pessoas.
Inclusive a sua.

Gilberto Cardoso, professor de Língua Portuguesa.

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