domingo, 27 de julho de 2008

O Terror nas telas. E fora delas.

Esta cena você já viu.
Uma tremenda gostosa corre desesperada. O sangue mancha suas roupas minúsculas e apertadas.
Atrás dela, calmamente andando, aproxima-se um maníaco assassino, aparentemente indestrutível e preparado para esquartejá-la friamente. E a platéia vai ao delírio. Por mais que a gente grite pra mulher ir para uma direção, ela acaba indo de encontro ao assassino. E o sangue jorra aos montes.
E o mais incrível é que esse roteiro imbecil repete-se filme após filme e possui um público cativo.
É a banalização do cinema-violência.
É certo que nem todo filme necessariamente deve passar uma mensagem que gere crescimento em quem o assiste. Cinema é arte. E arte é prazer, diversão. Mas que divertimento há na violência gratuita?
Assisti recentemente ao último filme( ao menos por enquanto ) da série "Jogos Mortais". O filme é um tributo a imbecilidade humana. Não há história. Existe uma tentativa de enredo, que serve como pretexto para as mais absurdas e grotescas cenas de violência. O Ministério da Saúde deveria avisar que filmes assim fazem mal para o cérebro.
E o pior é que boa parte do público que consome esses lixos cinematográficos são crianças e adolescentes. Eles crescem numa cultura em que cabeças decapitadas não assustam mais.
É preciso cada vez inovar na "criatividade" dos roteiros para agradar as platéias atuais e encher os cofres dos produtores. Isso gera a tão falada banalização da violência, que deve ser combatida por um processo educacional humanitário.
É preciso humanizar as pessoas. Ensiná-las a olhar a dor do próximo como se fosse a sua.
A indiferença para com o sofrimento dos outros faz com que uma geração de egoístas e insensíveis tomem forma na sociedade.
Filmes de Terror deveriam servir como uma fuga da realidade, diversão para alguns. Quando eles começam a refletir ou influenciar a vida real, fora das telas, é porque algo está muito errado.
Ou você está disposto a deixar que seus netos assistam "Jogos Mortais 13" em algum ponto do futuro próximo?

Gilberto Cardoso, professor de Língua Portuguesa.

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