Números. Estamos cercados de números por toda parte. E eles não são nada animadores.
O trabalho infantil cresce assustadoramente. Milhões de crianças ainda estão fora dos bancos escolares. E a violência de nossas grandes cidades assemelha-se a de países que vivem em constante guerra civil. Tudo isso pode ser resumido em números. Números que mostram a dura realidade brasileira
Mas eu não quero virar estatística. Ninguém quer.
Estatísticas são frias, desumanas até. São números que representam vidas, que por alguma razão, forma encurtadas. Por trás de cada algarismo, há uma história de vida.
É interessante notar que não percebemos isso. Olhamos para os números e só vemos... números!
Algo até compreensível dada a falta de sensibilidade dos nossos tempos modernos.
Mas vejam só a história de Roberto. Um jovem pai de família. Trabalhador honesto. Cumpridor de seus deveres cívicos. Morto por uma bala perdida.
Roberto tinha uma vida, uma história. Virou um número. Mais um componente de uma enorme lista ( que cresce a cada dia) que mostra o tamanho do caos da violência no país.
E Roberto vai continuar sendo um número, até o momento que você se aproxima e vê as coisas mais de perto. E descobre as vidas por trás dos números.
Eu não quero virar estatística.
Mas sei que sou sujeito a ser uma, enquanto os governantes desta Nação continuarem a tratar o povo como números de uma lista. Lista bastante usada em épocas eleitorais para manipular a massa de votantes desconhecedores da própria realidade que os cercam. Realidade que transmutada em números revela quão dura é a vida em um país em que pessoas nada mais são do que futuras estatísticas.
Gilberto Cardoso, professor de Língua Portuguesa.
domingo, 3 de agosto de 2008
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