domingo, 3 de agosto de 2008

Sem anos de solidão.

Em um ato de sincera admiração, tomei emprestado o título da obra do fantástico Gabriel García Marquez. Uma simples troca de letra vai servir. García Marquez contou a envolvente saga da família Buendía. E ganhou um Nobel por isso. Minhas pretensões são menores, é claro. Mas o empréstimo serve para pensarmos sobre nossa vida em sociedade.
Há uma reclamação constante em nosso meio. A de sentir-se só apesar da grande multidão ao lado. A solidão é um mal que acomete sem fazer distinção de idade ou classe social. É estimulada pelo individualismo crescente dos nossos tempos. É o "cada um por si" que não consegue mais satisfazer nosso desejo interior de estar junto ao outro. Todos temos essa carência do próximo. A tecnologia atual, por mais contraditório que possa parecer, pode acabar por separar em vez de nos unir.
Nada deve substituir o toque, o ver nos olhos, o abraçar alguém. Isso é estar vivo. É viver. É vida.
E a vida é pra ser vivida na coletividade. E sem anos de solidão.

Gilberto Cardoso, professor de Língua Portuguesa.

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